Saúde

Crianças: Horas excessivas na frente da tela podem prejudicar a visão



Por Carolina Mescoloti e Marcos Correa


Lincoln, de 8 anos, tem problemas de visão por causa do computador
O computador já faz parte das atividades diárias de muitas crianças, mas o uso excessivo da máquina pode fazer à visão. De acordo com o oftalmologista Paulo Kozar, entre as crianças de 9 a 13 anos, que ficam por horas no computador, 21% possuem miopia, ou sejam enxerga bem imagens próximas e vê mal à distância.


Embora a hereditaiedade desempenhe um papel importante na miopia, essa pesquisa preliminar feita pelo médico mostra que certos hábitos cada vez mais precoces na vida das crianças, como o uso constante do computador, podem influenciar no surgimento da miopia transitória ou acomodativa. “Ela acontece quando a criança treina o olho para enxergar só de perto, provocando uma dificuldade de foco para longe”, diz Kozar.


A criança deve ser avaliada pelo especialista para confirmar a miopia, que com uma mudança na rotina já é capaz de reverter o quadro. Segundo o oftalmologista, o ideal é que a cada 50 minutos no computador se descanse meia hora. “Ela precisa parar e olhar para longe, mudar o foco, e brincar mais ao ar livre”, diz.


Outra observação do especialista é em relação à posição do computador em casa, que geralmente está preparado para uso do adulto. Entre as dicas, ele destaca que o correto é que a criança fique com a cabeça reta e uma distância de, pelo menos, 60 centímetros da tela. Prefira também monitores maiores, que não forçam tanto a visão do seu filho.


Quando se fala na visão da criança, o diagnóstico precoce de qualquer problema é fundamental. Por isso, até os 2 anos você deve levar seu filho ao oftalmologista. Como a visão se desenvolve completamente até os 7 anos, em média, fica mais difícil resolver erros de refração depois dessa idade.


Lincoln, de 8 anos, começou a sentir que precisava de óculos quando passou a ter dores de cabeça e nos olhos, após o uso do computador. Ele conta que já chegou a ficar mais de nove horas em frente da tela da máquina. “Na escola eu não enxergava na lousa e pedi para a minha mãe me levar ao médico, pois a minha cabeça doía demais”, explica.

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